ODE EM TRISTES HORAS

Belas extremas, das noites vadias,

estrelas tardias, de sonho e prantos;

blefes e acalantos, de todos, os teus

são os mais insanos, óh futuro insosso.

trago um gole amargo de sal e dor,

rasga meu peito, eviscerando antigos,

expondo segredos que nem me haviam,

que nem me cabiam e não me sabiam

e vão-se as horas como enxurradas,

e eu, perdido em corredeiras, aturdido,

ora me afogo em magoas, ora me resigno em lamurias

deixo secar as águas salinas na pele árida,

esfrego olhos de sono não vindo,

ouço o estalar de ossos amarrotados,

acho que é o som da monotonia morta.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 19/04/2015
Reeditado em 24/10/2015
Código do texto: T5213210
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