À SOMBRA DAS PALMEIRAS
(para ANTONIO GONÇALVES DIAS, em memória)
Vêm de longe os teus versos,
do passado a ecoar,
ouro, prata, esmeralda,
um valor que não tem par.
Tuas palavras são lembranças
que cavalgam leve ao vento,
se parecem com a brisa
quando sopra em lamento.
Teus poemas são estrelas
pelo céu a cintilar,
abro portas e janelas
pra melhor os contemplar.
Inda ouço tuas mágoas
emergindo lá do mar,
canto triste sobre as águas
onde fostes te afogar.
O poeta até se acaba,
mas seus versos, esses não,
feito rio correm sempre,
perenes no coração.
Nessa terra tem saudades,
tem estrelas, o que mais há?
Tem a sombra das palmeiras
e um triste sabiá.
Mesmo um século ou milênios,
passe o tempo que passar,
os teus versos como estrelas
para sempre irão brilhar...
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OBS. Poema publicado na "Antologia Mil Versos para Gonçalves Dias", editado pelo Governo do Maranhão, organizado por Dilercy Adler.