Pelas vias do Poema
A minha escrita é densa.
Sou prolixo
E, por isso,
Me pego em constante desavença
Com a pena.
Unir versos.
Por vezes, é simples.
Mas também é algo controverso.
É mergulhar a fundo
Até cair dentro de si mesmo,
Num emaranhado disperso.
Exprimir o inexprimível.
Tocar o sentimento intangível,
No meu particular universo.
Há de ser possível?
A poesia diz que sim.
Relutar com a pena,
Vai-te, sujeito, apenas.
Sofre as penas!
Anda pelas linhas tortas
Dessa escrita densa,
Até sair pelas vias do
Poema.