em frangalhos, se recriou o poeta

em frangalhos, se recriou o poeta.

fez, da poesia, inseparável muleta –

cajado confiável, guiando-lhe no escuro;

palavras ancoradas no peito, porto seguro.

descobriu, entre tantas possibilidades, um ombro.

encontrou-se no conforto dos oásis e escombros,

nas inúmeras paisagens que só a poesia traz –

onde nunca antes havia sido capaz.

outro dia fez a mala, deixando pra trás os entulhos.

queimou os relatos, se desfez dos rascunhos -

poeta, enfim, deixou de ser; se reinventou

e do exército de palavras nunca mais precisou.

Marcio Evair
Enviado por Marcio Evair em 17/04/2015
Reeditado em 17/04/2015
Código do texto: T5211031
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