DESENCANTO
O olho que me via
A muito se fechou,
Pra longe se foi,
Nem saudades deixou.
Aquele sorriso
Que tanto admirei,
Nos olhos tristes
A alegria que matei.
O desejo sufocado
Ficou no peito,
A lembrança
Do sangue derramado.
Na rima dos versos
Me fugiu a imaginação,
Confundindo a mente
Fazendo-se sem razão.
Canto agora
A letra de uma canção,
Mesmo assim,
Não me acompanha meu violão.
Sento a beira do abismo,
Me lanço no mundo,
Volto, há uma esperança
Talvez seja mais um segundo.
Talvez haja
Uma maneira de viver
Que se encontre a razão
No coração daqueles
Que anseiam por ver a explosão.