Dados

Do pouco que me resta

o todo que sou

Da virtude que se afasta

muitos músculos

Da cara virada

a ausência de escrúpulos

Dos erros e tentativas

suicídios

Das artimanhas

manhas e soros antiofídicos

Das letras escritas

as letras póstumas

Das poesias não ditas

elas mortas

Do cansaço que me abate

a falta de amor

Da preguiça em combate

o recomeço do amor

Das fanatasias íntimas

meu carnaval particular

Das besteiras ínfimas

tudo igual

Das besteiras abundantes

o descomunal

Das saias justas

provérbios

Do escárnio

risadas

Das promessas

as crises idiossincráticas

Das crises idiossincráticas

fluxos contínuos

Das barbaridades

elas por elas

Da imaturidade

a barbaridade

Da falta de assunto

haja saco

Do saco sem fundo

gente que não sabe nada

Dos versos inversos

estrofes disformes

Da leitura dinâmica

a morte do fio da meada

Do novelo

a novela

Da parte que me toca

a minha sensibilidade

Do meu caráter

tinta indelével

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 16/04/2015
Reeditado em 16/04/2015
Código do texto: T5209532
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