Triste!
Triste!
Sento-me à mesa do escritório.
Escrevo ao mundo,cartas de amor
e poemas quase desesperados.
A falta de riquezas não apavora.
Quase nenhum sentimento
leva-me às lágrimas.
Sinto a ausência do amor na sala.
Abro as janelas, ouço pássaros
e não choro.
Cabe nos olhos as horas
do ser e do não ser.
O presente naufraga na boca.
O futuro ainda escrevo.
Não sei se será editado.
Lavo a língua,
Escovo os dentes,
mastigo palavras.
A vida continua.
A alma veste manhãs.