Anjo

Eu acordei sentindo cheiro de grama verde molhada pela.chuva de outono... E raios do sol entrando pelas frestas do telhado. Busquei a tua presença e não a achei... Então recordei o momento do fim, daquele triste fim que seria para sempre mas nao foi...

Então eu levanto. Busco as distrações alheias à mim para espantar meus demônios. E ali, adiante, a foto no porta retrato, a cena capturada de um momento feliz... Quando estive nos braços de um anjo... Nos seus braços. E como posso viver sem sentir a presença protetora dele? Os meus braços estão vazios... E estou só aqui...

A tarde se estende cansativa e apática. E eu sozinha com meus pensamentos. A última coisa que quero é sair e enfrentar o mundo lá fora. Não me compete. Não tenho forças. Eu só preciso dos teus braços... Dos braços do meu anjo... Das suas promessas mudas presentes no teu beijo em minha testa... A lua se ergue solitária... E todas as estrelas fugiram... Nem nuvens há no céu. E é mais um dia que termina vazio de amor, cheio da dor que é não tê-lo aqui... E vendo a lua, que me olha complacente, sente minha dor, sinto falta do calor daquele abraço... Abraço de anjo... Do anjo que deveria, mas não está aqui...