PARADIGMAS

São tolos os donos da retórica mística

Do tom correto, da cor perfeita

Do medo oculto que o amor enfeita

No poder sagaz da audição simplista

São os pressupostos da moral sã;

Que esvaziam a tolerância racional

E essa doutrina do direito formal

Estabelece as premissas da cultura vã

Tosca visão anã e mesquinha

Vítima e algoz do padrão

Que insiste em vestir a ilusão

Com normas, tabus e regrinha

Rasguem as vestes da hipocrisia

A verdade nem sempre é verdadeira

Já a mentira pode ser a cegueira

Que faz sorrir uma falsa alegria.