MIRTES E O DESPROPÓSITO MISTICO

 
Um coração aberto
deixado secreto
sobre o banco
no meio da praça
a desgraça das folhas
velhas caídas
davam olhos
de lágrimas
saudade de alguém
partido ao meio
dividido
entre as idas e vindas
 das idades
que se perdem
quando o amor
é mais forte
do que o passado
que fica dizendo sempre
adeus ao longo
dos dias
não volta mais ao lugar
um tempero igual
a voz dos outros
o mesmo sabor
nos lábios
um antigo vestígio
da dor
era também
a voz do louco
momento que já havia
acontecido
não éramos mais meninos
nem ela sofria
de tentação
era um coração pedindo
ajuda
queria a cura
que todos têm
no sorriso aberto
no beijo certo
do beijo que vem direto
porque para nas línguas
criando vítimas
que perdem sentido
no ensaio de sonhos
num proponho
que vamos até o fim
numa cama feliz
ma o inferno pairou
como nuvem de temporal
que não chove
comove quem
espera uma lua estrelada
brilhando nas águas
retrato que pinta
um rosto nas poças
dentro das poças
não há ninguém
p’ra beber
quem sabe nas outras
que seguem
devem ter deixado
você
se não são outras
são talvez
sobras dos desejos meus
vivendo depois
esperando um oi
desaparecer
queda d’água
no corpo que senta
no banco da praça
na desgraça
das folhas caindo…
 
 
 
MIRTES AND THE NONSENSE MISTICO
 
an open heart
let secret
about the bank
in the middle of the square
the misfortune of the leaves
fallen old
gave eyes
tears
miss someone
split in half
divided
among the comings and goings
 ages
who are lost
when love
it is stronger
than last
which is always saying
goodbye over
days
never return to the place
a seasoned equal
the voice of the other
the same flavor
on the lips
an ancient vestige
pain
it was also
the voice of the crazy
time that had
happened
there were more boys
neither she suffered
temptation
it was a heart for
it helps
did healing
that everyone has
in grin
the right kiss
kiss that comes straight
because for the languages
creating victims
that lose their meaning
in the trial of dreams
i propose a
we go to the end
a bed happy
ma hell hovered
as storm cloud
that it does not rain
who moves
wait a starry moon
shining waters
portrait painting
a face in puddles
within the puddles
there is no one
p'ra drink
who knows the other
following
must have left
you
if not other
are perhaps
remains of my desires
living after
expecting a hi
disappear
waterfall
in the body sitting
in the square of the bank
in disgrace
leaves falling ...