Das vísceras disformes da terra convulsa,
na longínqua noite na qual se escondem as eras,
elevavam-se as chamas de um inferno resplendente
que, imponentes e desafiadoras, senhoreavam a paisagem
desoladora do recém nascido ambiente do mundo.
na longínqua noite na qual se escondem as eras,
elevavam-se as chamas de um inferno resplendente
que, imponentes e desafiadoras, senhoreavam a paisagem
desoladora do recém nascido ambiente do mundo.
Das mãos benevolentes e providentes de Deus,
escaparam lágrimas como cristais de hidrogênio que,
em um conluio amoroso,
com outro familiar elemento,
geraram um novo e definitivo alento
que fez aplacar, num gesto de profundo sentimento,
o incêndio primordial.
Deste tempo, então, em diante,
nascido das nuvens ameaçadoras,
que desenharam, com torrenciais prantos telúricos,
a nova carta geológica universal.
Corria, assim, pelas entranhas da terra,
e pela sua jovem face também,
um sangue límpido e cristalino,
geratriz de todas as criaturas,
promessa de um grandioso milagre.
Principio, meio e fim, destino que a tudo faria cumprir.
Da nascente, casta e translúcida, feito efebo arroio
serpenteou e cingiu os continentes deitando-se arrogante
nos leitos de pomposos e notórios rios.
Descendo pelas ranhuras das encostas,
e arrojando-se nos abismos terreais,
abraçou-se ao fogo original,
e como uma falange de vapores
subiu ao encontro do olímpico céu,
tornando ao chão como chuva benfazeja
dando origem aos mares de tantos Ulisses e Colombos.
Testemunhou o nascimento de uma nova geração
às margens do milenário Eufrates.
Fecundou o trigo da nascente civilização.
Batizou, pelas mãos de um justo,
num majestoso ritual de simplicidade e fé,
o homem santo, entre as pedras vivas do Jordão.
Sentiu o gosto do sangue das mãos de Rômulo,
que as lavou, no sonolento Tibre,
após matar seu irmão Remo, e erigiu o férreo império.
Diáfano líquido salutar, espelho d'Água
onde o luar, nas noites românticas,
se admira e vem se banhar,
e na simetria do sismo, vem bailar.
Cristalino e precioso líquido, benção divina,
que nos albores do século atual,
Intoxicado pelo veneno do desprezo,
vem pedir socorro e uma antiga lição ensinar,
em uma cantiga doce e singular:
Sou a água, que, outrossim, sois vós,
a materialização do verbo sempiterno
que sigo meu caminho, meu desígnio,
para onde quer que me impulsione a força
dos ventos que me chamam
ao cumprimento de uma missão,
e que sempre retorno, humilde,
filtrada pela experiência de viver,
para o seio bendito do meu senhor.
escaparam lágrimas como cristais de hidrogênio que,
em um conluio amoroso,
com outro familiar elemento,
geraram um novo e definitivo alento
que fez aplacar, num gesto de profundo sentimento,
o incêndio primordial.
Deste tempo, então, em diante,
nascido das nuvens ameaçadoras,
que desenharam, com torrenciais prantos telúricos,
a nova carta geológica universal.
Corria, assim, pelas entranhas da terra,
e pela sua jovem face também,
um sangue límpido e cristalino,
geratriz de todas as criaturas,
promessa de um grandioso milagre.
Principio, meio e fim, destino que a tudo faria cumprir.
Da nascente, casta e translúcida, feito efebo arroio
serpenteou e cingiu os continentes deitando-se arrogante
nos leitos de pomposos e notórios rios.
Descendo pelas ranhuras das encostas,
e arrojando-se nos abismos terreais,
abraçou-se ao fogo original,
e como uma falange de vapores
subiu ao encontro do olímpico céu,
tornando ao chão como chuva benfazeja
dando origem aos mares de tantos Ulisses e Colombos.
Testemunhou o nascimento de uma nova geração
às margens do milenário Eufrates.
Fecundou o trigo da nascente civilização.
Batizou, pelas mãos de um justo,
num majestoso ritual de simplicidade e fé,
o homem santo, entre as pedras vivas do Jordão.
Sentiu o gosto do sangue das mãos de Rômulo,
que as lavou, no sonolento Tibre,
após matar seu irmão Remo, e erigiu o férreo império.
Diáfano líquido salutar, espelho d'Água
onde o luar, nas noites românticas,
se admira e vem se banhar,
e na simetria do sismo, vem bailar.
Cristalino e precioso líquido, benção divina,
que nos albores do século atual,
Intoxicado pelo veneno do desprezo,
vem pedir socorro e uma antiga lição ensinar,
em uma cantiga doce e singular:
Sou a água, que, outrossim, sois vós,
a materialização do verbo sempiterno
que sigo meu caminho, meu desígnio,
para onde quer que me impulsione a força
dos ventos que me chamam
ao cumprimento de uma missão,
e que sempre retorno, humilde,
filtrada pela experiência de viver,
para o seio bendito do meu senhor.