dos jardins de outras eras
No tronco da árvore, no silêncio da noite
as palavras se desprendem e dançam significados
e choros de resignação...
elas se retorcem madeira machucada
e choram seiva.
Misteriosos são os jardins onde mãos escreveram histórias
como se as estivessem condenando ao eterno esquecimento.
elas permanecem segredo nas nervuras das folhas
nas marcas da lesma que se arrasta úmida
no ruído dos insetos reagindo ao odor das orquídeas
Quem cantou a vida antes da morte
sabe dos mistéiros dos brejos
e dos arvoredos , rendas verde escuro na noite dos tempos
e a mão não alcança
além deste gesto
porque o que mais eu quero
mais me foge
e o que mais alimenta
mais me mata dessa fome de vida...
e há sempre aquelas mãos trançando os meus cabelos
e um pão que nunca
se acaba..
naquele cenário onde as árvores
são aconchegos
e os meus pés conheceram o segredo
do chão
da eternidade