PERDAS E DANOS
Nesta vida de duelos e lutos,
aleivosias, iras e inverdades,
de idas e vindas e saudades,
de pacatos, insanos e brutos...
De esperas certas e erradas,
de noites longas, infindas,
de faces encarnadas e lindas,
tão ignoradas ou marcadas...
Nesta vida tudo parece tarde,
e, não há mais tempo, ocasião,
tudo é segredo, dor e solidão,
não saio de cena sem alarde...
Nesta vida de perdas e danos,
de senhoris e donos, de fracos,
de negros e brancos velhacos,
de falhas, "acertos" e enganos...
É um tempo covarde, passageiro,
e vale mais os brilhos e câmeras,
e pessoas artificiais e adúlteras,
e, eu, desvairado neste atoleiro...
Neste tempo de medo e abandono,
onde a vida não vale um centavo,
caio de pé, mas não faço conchavo,
não calo. Eu grito, urro e questiono.