PARA SEMPRE
Tua lembrança me espreita nas esquinas
nos degraus, nos corredores,
na calçada
no cais, nas avenidas
nas longas ruas de chuva.
O que tu és me segue em cada rosto.
Tudo que em ti é meu me justifica
de perseguir no mundo o que tu és
e não é meu.
No sobressalto, o salto no escuro.
O muro que eu criei
não me defende desse medo,
desse frio na barriga do coração
partido em cacos espalhados
e em cada um teu rosto repetido,
multiplicado, rindo ou pensativo,
para sempre Amado.