Página branca
Numa página branca desenho o óbvio
Com palavras simples espalho o dia
Para dizer que penso alto e não falo
Da graça que sinto em olhar a vida
No desenho sei colorir palavras
Nem sempre nas cores do arco-íris
Tudo depende da tonalidade do dia
Que sofre a mágoa da última ilusão
Escrevo para soletrar minha so-li-dão
Que abraça o afago do dia que vem
Excluindo a parte que prolifera o tempo
Na folha branca sinto a luz da vida
Que constrói em proporção cristalina
O silêncio de quem pensa em páginas
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