A mancha mínima na lente

A mancha mínima na lente

Embaça o quarto, a rua,

A úmida manhã de maio,

Entorpece a silhueta dos letreiros do comércio,

As árvores da avenida,

Embaça o mundo, a vida,

Me enfraquece o ânimo, azeda o dia,

E quase acabo me esquecendo

De que a mancha é mínima

E só está na lente

E mesmo fossem os ventos adversos

Era só esfregar com força e confiança

O anel que tu me deste,

Que, até hoje

- apesar de vidro –

Não se quebrou.

(Brasília/84)

William Santiago
Enviado por William Santiago em 10/04/2015
Reeditado em 22/04/2016
Código do texto: T5201691
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