Cosmo virgem
Não nasci para ser poeta.
Ser poeta foi minha teimosia;
foi querer espiar a dança das palavras
presas na grafia;
foi querer ouvir as falas escondidas
das letras amantes;
foi entrar desarmado numa fortaleza
de tantos segredos.
...E querer tocar o mistério guardado
no espírito ainda desconhecido das palavras.
Além, muito além da etimologia...
Além, muito além da superfície palpável.
Além, muito além da aparência reinante.
(Eu, um poeta-menino.)
Fui ousado
e querendo ser poeta a qualquer custo
culpo-me e confesso
que profanei muitas vezes
um cosmo virgem
etéreo
puro.
Intocável
ao homem natural.
Sidnei Garcia Vilches (Buritis, 31/10/2002)