MORBIDEZ

Tenho medo da chuva,

raios,trovões,vento,escuro,

dos beijos impuros

que podem me laçar...

tenho medo até de votar!

medo do amanhã que não sei o que virá,

das promessas divinas,

dos castigos de DEUS,

de uma bala perdida que pode levar o meu eu,

as sombras do quarto,

do palácio do PLANALTO,

de uma notícia de jornal

do toque obsessivo compulsivo,

da poesia que não quero reler,

do dinheiro que vou receber.

medo do psiquiatra,

com seus comprimidos letais,

das ideologias dos filósofos,

dos imensos trabalhos braçais.

da ignominia do estado,

da prisão da democracia que é fato.

Medo de andar ao teu encontro,

pode ser que eu encontre um monstro,

em vez de um ser inteligente.

Medo de teu estresse,

do navio- do convés,

que de água pode inundar

medo de que encontrem a arca de Noé,

e assistir do palco da Arqueologia

o chiado de uma gia,

dizendo que ela realmente existiu,

que ninguem nunca viu algo mais fabuloso.

Só lembram do titanic,

que num bloco de gelo afundou,

enquanto a arca de Noé,

quarenta dias nos mares navegou,

medo do canto dos pássaros,

acho que louco estou.

medo mórbido-frio no corpo,trêmulo estou.

Medo da visão inebriante de teu corpo,

da beleza de teu rosto,

que me tira a depressão.

Medo de que o homem ainda tente,

com seu medo tirado de valente,

alguma coisa inventar.

pois tudo ele já matou:

as matas, as águas,a flora e a fauna,

tudo isto ele detonou.

E agora com seu medo insolente,

eu clamo insistentemente,

por favor não mate o AMOR.

ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
Enviado por ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA em 09/04/2015
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