Meu Rio

Perseguido pelos ares

nesse Rio da minha existência

primeiro subo, depois desço

com essas vistas cresço

sem aparentar aparência.

Seguindo o caminho

toquei no ombro do Poeta

que nunca está sozinho

no seu inconfundível ar de profeta.

O Ar do lado de cá

não é igual ao de lá

a margem que me viu nascer

a outra já não sentiu

la vou renovando energias

que agarro sobre o meu Rio

terra que não existiu

alcançando a luz do dia.

Não fosse a luz do dia

o meu fado

o meu vazio

o meu saber...

Nuno Godinho

8-4-2015