Três cabeças do cão
Este cão infernal sangra os dentes pesados,
Com o castelo do Mal e a Morte violenta,
Ó povo morto, sujo e sangrento nos lados!
Morde-o com a maldição atroz, que o vil aumenta!
Os teus olhos do sangue e da raiva feroz,
Três rostos do poder como é o bicho do Demo!
Ó grito alto do som e do fogo na voz!
Por isso eu vejo o horror do animal e já temo.
Em carne humana e algoz, eis os desejos vis!
Vês inda ferozmente, esse palor do Inferno!
Para o santo do Bem, o que atacas e ris?
Tu, que mordes o anjinho em teu tormento eterno.
Entre a chama dos pés queimados e silentes,
Os seis chifres do cão e a má fome do mundo...
Que és o grande animal, alimentas e sentes
A altivez arrogante e o lugar moribundo.
Cospe a bola do fogo e agarra em força extrema,
Ó santos do esqueleto entre a morte bastarda!
Suga as carnes do corpo e olha que o teu fel gema
O crânio, a malvadeza... Espera que o olhar arda.
És o vilão colosso, ameno, ardente e forte!
Desejas o rigor da luta para vê-lo...
Com que a tua vileza abra a força e conforte,
És um monstro malvado e ardido em teu anelo.
Lucas Munhoz
09/04/2015