os sinos soam trombetas

a sensação que me ocorre

corre e se perde

antes da gestação

é alguma coisa que morre

sem ser ainda ilusão

dos sinos soam trombetas

parecem zombar do destino

o hino é o flerte do algoz

que quer convencer o menino

a rua escura, calada

o bico de sal do teu seio

a chuva fina, gelada

e o meu amor que não veio

quero a oração que me acalme,

a penumbra que me esconda

e o ouvido que me ignore

a porta que range é o fastio

das dores da dobradiça

com medo da maçaneta

mas é preciso que vente

que o pensamento evapore

que os sinos soem trombetas

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 09/04/2015
Código do texto: T5200191
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