PRA DOR PARIR SEU ALÍVIO.

Meu tempo permeia, acolhe, açoita

deixa a cor sem palavras, o certo sem casa

faz a dor parir seu alívio.

Meu tempo incorpora entidades todas

é sagaz nas suas verdades, cruel nos engasgos,

desossado nas vozes que deixa rugir.

Meu tempo sabe dos medos, dos rodeios, das brechas não talhadas,

é invasor quando bem quer, ator quando o texto manda,

embaça os pensamentos feito gozo mal ajambrado.

Meu tempo é mambembe, meio descabelado, meio turrão,

quando saca sua carabina vira senhor de Deus

quando se diz farto é que se faz oco

quando é hora de rodar a baiana a festa é toda

quando é tempo de ser pleno, não tem pra ninguém

nem pra mim mesmo.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 09/04/2015
Reeditado em 09/04/2015
Código do texto: T5200166
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