Funeral a Chronos

Espreme-se ferozmente, meu coração,

Ao destruir-te em meu ato de pensar.

E o último minuto grita mais alto,

Teu fôlego, já rebuscado, a chorar.

Em teus olhos, dor,

Em teu corpo, temor,

E as portas fecham devagar.

Silêncio.

Quem é este?, diz o doutor.

Um caroço nasce em minha garganta

Em teu esforço de, a mim, recordar.

E decantam as lágrimas

Ao ver que em ti não existo.

Assim como você,

As lágrimas não hão de voltar.

O tempo nunca existiu.

Breno Leal
Enviado por Breno Leal em 08/04/2015
Código do texto: T5199031
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