Funeral a Chronos
Espreme-se ferozmente, meu coração,
Ao destruir-te em meu ato de pensar.
E o último minuto grita mais alto,
Teu fôlego, já rebuscado, a chorar.
Em teus olhos, dor,
Em teu corpo, temor,
E as portas fecham devagar.
Silêncio.
Quem é este?, diz o doutor.
Um caroço nasce em minha garganta
Em teu esforço de, a mim, recordar.
E decantam as lágrimas
Ao ver que em ti não existo.
Assim como você,
As lágrimas não hão de voltar.
O tempo nunca existiu.