UM POEMA GRITANTE

Eu sou a sombra do que sobrou

De um velho poema gritante

Que no fundo do baú restou

Apenas um pozinho restante

Das palavras loucas deste mundo

Deste passageiro errante

Como uma cinza de cigarro

Jogada em um canto esquecida

Onde não passa nem pensamento

Ou uma teia aqui escondida

Por que não represento nenhum perigo

Pra nem um alguém nesta vida

Para mim me apavora

O rugido da fera selvagem

Enquanto esta vive lá fora

Me dizendo que é bobagem

Viver do passado agora

E sofrer por uma miragem

Desgosto meu espírito ofegante

Minha alma adormece sofrida

Por coisas amargas distantes

Que refletem por toda vida

Passado cruel dilacerante

Das situações nunca esquecidas.

Charlis
Enviado por Charlis em 06/04/2015
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