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Queria
 




Queria poder tecer a beleza
Com agulhas de tricô mágicas,
Que desafiassem minha falta de jeito,
Minha falta de dom,
Meu tom pretensioso
(Às vezes jocoso)
De dizer o que digo.

Queria enxergar além,
Para bem dentro do meu umbigo,
Para bem fora das minhas órbitas
Longe e perto de mim,
Pegar no ar a beleza...

-Tristeza!
Pois sei que minhas palavras
Não lavram os campos das almas...
No máximo, semeiam ideias
Que morrem de impacto
Às falésias de minhas falácias.

No final, às traças
O que melhor de mim houver,
Memórias e essências,
Restos da tecitura
De uma obscura mulher.



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 06/04/2015
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