SALVEM O POETA

Aquela magia lírica,

Que vinha do verde exterior

E migrava no interior de mim,

Sumiu , me deixando sem luz,

sem graça, opaca.

Aquelas canções flutuantes,

Que alçavam vôos,

com mil idéias e idas,

Já não mais interagem,

Falta coragem,

Estou me perdendo,

Num bucólico tempo,

Onde plantei minha esperança.

Entro em órbita, em pânico,

Me rasgo, em pedaços, e dói,

Me dispo, da última camada de pele, e sangra,

Manuseio palavras, as simples,

Ludibrio rimas, as pobres,

busco versos, os monossílabos,

nada é poesia , tudo é névoa,

sou inércia, sou ócio...

Acho que um poeta morreu.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 06/04/2015
Reeditado em 06/04/2015
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