Ventre de Ana

Existe algo aqui dentro

Que insiste em desabrochar

É real e inquietante,

Mas teme se revelar

Como a estéril, um dia,

Que fez um voto com Deus

E pegou nos braços o filho

A estéril de hoje sou eu

O meu ventre, como disse,

Não está seco como o dela,

Existe algo aqui dentro

Mas que nunca se revela

E aí está a contradição:

Quem explica esse mistério?

Como pode ter filho no ventre

A mesma que se disse estéril?

A resposta é muito simples,

Não verá quem não quiser

O 'mas' congelou o tempo

O medo roubou a fé

'Mas', agora tudo muda

Descobri que tudo posso

Como Ana terei um filho

'Mas' o entrego de igual modo

E o ciclo recomeça

Não sei onde vou parar

Só o que me importa agora

É que vou amamentar

Edna Vaz
Enviado por Edna Vaz em 04/04/2015
Código do texto: T5195082
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