Ventre de Ana
Existe algo aqui dentro
Que insiste em desabrochar
É real e inquietante,
Mas teme se revelar
Como a estéril, um dia,
Que fez um voto com Deus
E pegou nos braços o filho
A estéril de hoje sou eu
O meu ventre, como disse,
Não está seco como o dela,
Existe algo aqui dentro
Mas que nunca se revela
E aí está a contradição:
Quem explica esse mistério?
Como pode ter filho no ventre
A mesma que se disse estéril?
A resposta é muito simples,
Não verá quem não quiser
O 'mas' congelou o tempo
O medo roubou a fé
'Mas', agora tudo muda
Descobri que tudo posso
Como Ana terei um filho
'Mas' o entrego de igual modo
E o ciclo recomeça
Não sei onde vou parar
Só o que me importa agora
É que vou amamentar