Sepultamento.

Cavo...

Busco alcançar

O centro da terra...

Se chego até lá não sei...

Cavo...

Com a pá na mão

Tento achar a profundidade certa

Para enterrar o que há tempos não cabe em mim

Longe...

Enquanto cavo

Penso nas vidas vividas

Nos caminhos percorridos e sinto

Nunca fui vivo.

Aqui...

O amontoado de terra

Me avisa...

É chegada a hora

Enterro...

O dilacerado coração

Rebelde desde sempre

Que um dia...

Não suportando amar quem não devia

Desistiu da vida

E foi-se.