O amor que eu tinha
Guardava na gaveta do meu sonho
Passado num tempo entreaberto
Que confortava o suicídio da noite
Pertinho do olhar submisso do vento
Tinha o prestígio da rosa em cantos
Que dilatava o orvalho em lágrimas
Do amor perdido na dúvida das horas
Que sempre atingia a ânsia dos errantes
O tempo caprichoso revestia o afeto
Na sombra cuidadosa da relíquia
Que se espalhava na roupagem confusa
E completava um arquivo de ilusões
No sagrado perfume da noite nua
Era todo amor que tinha em mim
Propagava-se na pele da alma em vida
Na pressa sem tempo virou poesia
Escrito em um papel sem tinta
Apagou-se como uma sombra em fatias
Deixo tudo largado no pranto em tempo
E sigo nas cores de um sonho futuro
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