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TALVEZ
Um passante cabisbaixo
Ou, talvez, meditabundo
Tem os ombros curvados
Como se, realmente,
Levasse as dores do mundo
A chuva tamborilando
Sobre sua cabeça molhada
Deixa fios de cabelos
Fazerem ponta espetada
Parecendo uma prisão
O que envolve o pensamento
De dor e de sofrimento
No rosto de rugas marcado
Que o deixa lacerado
Pela rua deambulando?
Vai levando a cruz pesada
Sem ter onde repousar
A carcaça já cansada
Por muito e muito penar
Sem encontrar lenitivo
Talvez tenha se descuidado
Por sandice ou arrogância
De cumprir um dever dado
Ou agiu com ganância
E agora paga tributo.