Pedaços de Vidro
Há milhões de sóis e um só olhar
Atrevido, atravancado, voraz
Latente brilho que do nada se faz algo raro
Belíssimos vitrais
Sua sombra se projeta opaca
Contrastes, carnavais
Da Areia temperada em fogo insaciável
Elemento belo de tão alta pureza
Se moldado fino, sutileza, cristal
Se feito forte, inquebrável, dureza
Vidraças, litros, garrafas
Navegantes do tempo, ancestral
Se mãos errantes trucidam, moem
Dentro do vinho tira a vida
Fatiam as entranhas, e que sangrem
Os piores pesadelos de um homem
A dor de ser moído pelo belo
Envolvido por espinhos que de dentro volvem