Espasmos da realidade
Boa noite pesadelos, e até mais!
Até que enfim acordei
Só me resta abrir os olhos
E perceber que tudo era verdade
Meus sonhos, tem noites macabras
Coisas simples que acontecem
Eu sempre sabendo que tudo procede
Que estou absurdamente só
Nestes espasmos de realidade
Minha família, minha filha, um futuro passado
Erro por cima de erro, marcando a página
Tornando aquela parte, a mais escura
O resto do papel, em branco
Sangue, suor e lágrimas
Sempre na tintura, página branca
Página amadeirada, ou página escura
E o pensanmento alimentando
A substância que mata o pensamento
O sufocando aos poucos
Em cada espasmo de realidade
Sonho ou pesadelo, o que tive ontem
Não e nunca fará diferença
Nos dois muitos, não há domínio
Esse papel rabiscado em um sonho errado
Marca a eternidade, sua tinta forte
Sobre as estrelas do universo interior