Transcendência de mim

Diante desta escada

que se alonga rumo ao céu,

rio destes que padecem ante o primeiro degrau.

Tolos. Escravos

do que imaginam.

Por todos eles,

indiferente,

eu passo e sinto

me perseguindo

um só olhar.

Um olhar lânguido,

que vem de todos.

Um olhar lânguido

de desalento.

Um olhar lânguido

repleto de acusação.

Sei que enquanto subo,

se colocam mais à lama

estas torpes criaturas, ávidas de submissão.

Elas não querem

chegar ao topo.

Se dizem fracas;

e são, de fato.

Mas outrossim

não sei se quero

chegar ao topo;

pois não almejo

por um repouso.

Quero subir,

quero degraus.

Eu não anseio

por encontrar patamares.

Quero alçar o voo

de mim mesmo, erguer-me do eu.

Quero apenas florescer de dentro da própria existência.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 02/04/2015
Código do texto: T5193037
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