Transcendência de mim
Diante desta escada
que se alonga rumo ao céu,
rio destes que padecem ante o primeiro degrau.
Tolos. Escravos
do que imaginam.
Por todos eles,
indiferente,
eu passo e sinto
me perseguindo
um só olhar.
Um olhar lânguido,
que vem de todos.
Um olhar lânguido
de desalento.
Um olhar lânguido
repleto de acusação.
Sei que enquanto subo,
se colocam mais à lama
estas torpes criaturas, ávidas de submissão.
Elas não querem
chegar ao topo.
Se dizem fracas;
e são, de fato.
Mas outrossim
não sei se quero
chegar ao topo;
pois não almejo
por um repouso.
Quero subir,
quero degraus.
Eu não anseio
por encontrar patamares.
Quero alçar o voo
de mim mesmo, erguer-me do eu.
Quero apenas florescer de dentro da própria existência.