A carta que não mandei

Não é que eu seja egoísta,indiferente

Descrente do real valor das raízes

Somente por não estar entre elas

Eu gostaria tanto,tanto,nem imaginas o quanto...Mas,por Deus e por mais que esforce,não consigo

Meu caro primo e amigo

Talvez eu tenha mesmo um comportamento estranho de um absurdo tamanho(Confesso, reconheço)

Mas, pare um pouco e pense,

Tente por um instante apenas compreender, que é assim que sou

E nada vai me convencer a uma brusca transformação, agredindo o meu jeito de ser

Amigo, eu tenho medo da maldição atômica

Do terrível pesadelo da ambição bélica

Das cruéis mentes satânicas

Semeadoras do ódio, miséria e fome

Ceifando vítimas nas estratégias infames

Cúmplices da morte sinistra que nos ronda

Algum dia, quem sabe, quando lágrimas,lástimas, dores e dramas não mais existirem, aí sim,terei motivo

De sobra para enviar-te algumas linhas, comunicando-te das novidades, monotonias, amores,felicidade, armonia,paz e flores.

Dedicado ao primo e amigo Senildo Silva Figueiredo. Dez.1993.

jpsantos
Enviado por jpsantos em 01/04/2015
Reeditado em 31/05/2015
Código do texto: T5191324
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