O tempo é relativo

Euna Britto de Oliveira

Se durmo, o tempo passa;

Se pemaneço acordada, o tempo passa...

Se caminho, o tempo passa;

Se fico estacionada, o tempo passa...

O tempo só não passa

Se já for passado.

Espaços, sei que existem, e muitos!...

Quando acabar de considerar o espaço na terra,

Ainda há o espaço no espaço...

E o tempo?

Ele é vertiginoso, inexorável,

Ninguém o segura.

Invisível, penetrante,

Invasivo, sorrateiro, soberano!

Apelidado de horas, minutos, segundos,

Dias, semanas, meses

Anos, séculos, milênios...

O tempo me mastiga

Com os dentes serrilhados

De sua abstrata engrenagem,

E me mói...

Convido Eisntein para me falar do tempo.

Sobre a teoria da relatividade,

Ele poderia fazer uma palestra

A que eu assistiria

Nesta madrugada de maio.

Desmaio de sono e acordo.

Concordo com os relógios do mundo,

Em cada lugar, é um tempo.

Há fusos horários.

A sabedoria infusa

Não é dos humanos.

Ninguém nasce sabendo.

Sabedoria, adquire-se,

A duras penas...

O tempo está me presidindo

E me pressionando.

Enfrento-o.

Submeto-me a ele.

Deus é velho mas não é considerado velho.

Ele é Renovação.

Hoje, vi mulheres em torno de uma mesa redonda.

Faziam cálculos de suas poupanças nos Bancos e dos expurgos

Que o governo deverá lhes pagar como reajustes...

Uma delas tinha o olhar tão mortiço,

Apesar dos dividendos!...

A vida avança!...

A partir de certo ponto,

Deixa-se de ser criança

Mas continua-se a engatinhar...

Caminhar no espaço é relativamente fácil.

Difícil é caminhar no tempo.

O Pai Eterno poderia tanto me ensinar a me assumir!

Fico querendo sumir de mim...

Preciso me encontrar,

Ou reencontrar-me.

As fugas não me resolvem.

O que me resolveria seria o encontro.

Marco um encontro no tempo.

Comigo!

De Deus,

Vem prêmio ou castigo.

Fustigam-nos os preconceitos

Com que a humanidade está familiarizada.

Deve haver um planeta onde não existam preconceitos,

Deus não é preconceituoso.

Não faz acepção de pessoas,

Faz o sol nascer pra todos – bons e maus.

À sua imagem e semelhança, fomos feitos,

Mas quão distantes estamos d´Ele!

Faço minhas as suas sombrinhas,

Protejo-me contra as intempéries,

Faço minhas também as suas palavras...

Deus é!

Minha poesia não tem compromisso com nada,

Nem mesmo com o fio da meada...

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Informação:

Teoria da relatividade especial

da Folha Online

O físico alemão Albert Einstein concebeu duas teorias da relatividade, embora elas sejam geralmente designadas por um só nome. A primeira, que completa cem anos neste ano de 2005, é a chamada teoria especial, ou relatividade restrita.

Ela estabelece que tempo e espaço não são absolutos como postulava a física newtoniana, mas variam de acordo com o referencial --uma revolução na maneira de entender o Universo. O único valor constante é a velocidade da luz no vácuo, de 300 mil quilômetros por segundo.

A segunda teoria, a teoria geral da relatividade, foi concebida em 1915. Einstein se baseou em seu trabalho prévio para estabelecer que a gravidade distorce o espaço-tempo.

Ambas são baseadas na seguinte questão: imagine duas pessoas, uma parada na calçada e outra passando de carro. Ambas querem medir o tempo que uma bola solta pela pessoa que está na calçada demora para cair alcançar o chão. A questão colocada por Einstein foi: "Como as duas pessoas podem comparar as suas medições?".

O que Einstein mostrou, e que surpreendeu muita gente, é que essas medidas não são idênticas, mas dependem do movimento relativo entre as duas pessoas. Quanto mais rápido o movimento, mais diferentes elas são entre si.

Na teoria especial, de 1905, Einstein se limitou a movimentos com velocidade constante. Ele mostrou que tanto as medidas de tempo como as de espaço dependem dessa velocidade. Em particular, quanto mais perto da velocidade da luz, maior é essa diferença. A teoria permite que os dois observadores possam comparar seus resultados sem confusão e também comprova que nada pode ter velocidade mais rápida do que a da luz.

No artigo "A inércia de um corpo depende de sua energia?", Einstein expõe a equivalência entre massa e energia: se um corpo libera uma quantidade de energia "E" em forma de luz, sua massa "m" diminui na equação E/c2 ("E" dividido pela velocidade da luz ao quadrado). Portanto, E = mc2, que se tornaria a fórmula da física mais famosa da história.

Já na teoria da relatividade geral, Einstein incorporou movimentos com aceleração. Nesse caso, o surpreendente foi que essa teoria tornou-se também uma nova teoria da gravidade, substituindo a elaborada pelo inglês Isaac Newton (1643-1727) em 1687.

É impossível diferenciar a aceleração da gravidade. Nós sentimos isso quando andamos de elevador. Quando ele sobe rápido (acelerado), nós nos sentimos mais "pesados", quando ele desce rápido, mais "leves". Ou seja, a aceleração do elevador imita a gravidade, "mudando" nosso peso. Einstein concluiu que a gravidade pode ser compreendida como um efeito de curvatura no espaço, como quando colocamos uma bola de boliche em um colchão: quanto maior a massa, maior a curvatura.

Dessas idéias e teorias surgiram outras que despertam muita curiosidade. Entre elas, viagens no tempo, buracos negros, ondas gravitacionais e o Big Bang.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 08/06/2007
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