Páscoa de peixe e pão
Clara noite, Jesus, Páscoa alegre dentro desse coração triste...
vi descer do céu em forma de aviso,
a libertação de minha alegria e a força do meu sorriso
cheio de amor.
Partilhei o último pão e me esqueci do peixe.
Covardemente, por mim, o peixe fora esquecido
e vi a lua se escurecer no céu do sol da meia noite
aonde sonhava desfigurado em rio estranho
cheio de pães enxutos e escondidos,
os mesmos que já os havia dado.
Meu mar, um rio que corre na sofreguidão
de dativa espera.
Tenho pressa em ser feliz e dar-me por inteiro ao mundo
como se minha rosa fosse um jardim e eu, jardineiro de todos.
Há uma alma em minha alma,
outra alma e outras tantas e tantas outras almas,
mas meu corpo me diz que coração, tenho um só,
cheio de dó da fome alheia,
mas que dá ainda apenas o pão,
com uma das mãos...
e esconde o peixe na outra!