A noite sem nome
Comove ouvir a brisa a soluçar amores,
suspirar palavras com as quais se escrevem
e se denotam a vida e a morte,
o sonho na noite sem nome,
o amor nos dias sem fim
dedilhados sílaba a sílaba
Extasia ouvir o fim de tarde a debicar as cores
que ressumam de um sol poente
vermelho cúprico,
laranja,
lilás,
fronteira entre o dia e a noite
na surdez muda do vento
arrancando ao ventre túrgido da terra,
prenhe das noites,
o momento de ir embora
e nunca mais,
nunca mais voltar