Se o sol explodisse
Se o sol explodisse
(Yitzhak Ben-Gurion)
Se o sol explodisse... Imagine, meu amor, se ele se arrebentasse todo... milhões, zilhões de luzes pequenas, riscos tortuosos. Seria lindo, querida, seria bárbaro.
Um espetáculo sem ingressos, só para nós. Olha só quanto fogo! Que brilho! Repare nas águas dos lagos e veja os raios subindo; olhe para o sideral, como desaba em tochas, em flechas incendiadas.
Incandescido está todo o horizonte, brasas voando por todos os lados desenhando milhões de rosas-dos-ventos. Toda a terra se abala, todo o universo se comove. Até a lua cede e derrama sua prata sobre nós, tu e eu.
Este momento de ouro e prata seria nosso e eterno. Um casamento excêntrico de céu em chamas e samambaias por tapetes; avencas e bromélias por paredes, pendidas dos ipês e paus do charco. A sinfonia noturna em profundo silêncio, entregue ao delírio do descomunal incêndio.
E tu, linda, toda formosa, emprestando do teu brilho àquela fogueira celeste, me impondo um sorriso grande, me fazendo brilhar também.
Quero acreditar que os carvões e cinzas nunca estarão nesta quimera, mesmo porque tu ainda nem chegaste à minha vida para vivermos este espetáculo.
Yitzhak Ben-Gurion é o pseudônimo de Silvio Sebastião Pinto. O autor é Analista de Sistemas em São Paulo. Sua segunda formação é Comunicação, com graduação em Publicidade, pós-graduação em Comunicação e Marketing na Cásper Líbero, MBA na PUC-SP e Extensão em Produtos e Políticas Culturais na Faculdade São Luiz. Atualmente mora em Santos com esposa e dois filhos. É poeta e romancista, além de roteirista e inventor. Tem três livros auto publicados em formato digital disponíveis na livraria Saraiva, um de poesias (Farofa de poesias) e dois de ficção (Revelações do Sinai e Pacto Maldito). No final de 2015 concluirá sua “Trilogia do Pacto” com o quarto livro Os Filhos de Caim.