MORTO VIVO
Amador Filho.
Procuro compreender minha solidão!
Esse algoz desnaturado que me fere,
Que em momento nenhum me confere,
O direto de me libertar de sua escravidão.
Estou enclausurado nessa dolorosa prisão,
Onde o sofrimento impiedoso me desfere
Profundos golpes dum cruel sofrer, e interfere
Na chance de encontrar minha libertação.
Sou um morto vivo, pestilento e andrajoso,
Repugnante, e evidentemente ultrajoso,
Vagabundeando em busca de compreensão.
Sou um verme nojento que a todos aterroriza,
Que provoca asco, que incomoda e horroriza,
Mas que carrega o sonho da própria redenção.
Santa Luz, 08 de março de