MORTO VIVO

Amador Filho.

Procuro compreender minha solidão!

Esse algoz desnaturado que me fere,

Que em momento nenhum me confere,

O direto de me libertar de sua escravidão.

Estou enclausurado nessa dolorosa prisão,

Onde o sofrimento impiedoso me desfere

Profundos golpes dum cruel sofrer, e interfere

Na chance de encontrar minha libertação.

Sou um morto vivo, pestilento e andrajoso,

Repugnante, e evidentemente ultrajoso,

Vagabundeando em busca de compreensão.

Sou um verme nojento que a todos aterroriza,

Que provoca asco, que incomoda e horroriza,

Mas que carrega o sonho da própria redenção.

Santa Luz, 08 de março de

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 30/03/2015
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