Um Verso Esquecido
Um verso sem nenhum nome,
Disforme, sem disciplina,
Esquisito, estranho, esquálido,
Muito faminto, tão pálido,
A vagar pelas esquinas!
Um verso sem sobrenome,
Sem ter porto nem guarida,
E sem ter nem eira nem beira,
De rastos, só, pela vida.
Um verso lasso, ambulante,
Já tão maltrapilho, errante,
Ridículo, sem preâmbulo,
Apelidado versículo.
Um verso triste e esquecido,
Já quase louco da ideia;
Num dia de muita sorte,
Associou-se a uma estrofe,
Encontrou, enfim, seu norte,
E fez vibrar a plateia.
Nota: Este poema também está disponível em áudio, quem desejar ouvir, basta clicar no link abaixo:
http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/65258
*Com algumas alterações