Noites de Silêncio

Desta revolta que me assola o peito

Seu corpo nú me chama em silêncio

Noites tantas em sonhos perdidas

Donde repousa o desejo calado.

És assim a primorosa espera

que em silêncio vaga noites tantas

por alguém que ignoras se sabes

mais que a noite branda.

E quando já quem sabe raia o dia

Sob claras nuvens a cortarem a relva

Poderás ouvir lá longe o ditoso canto

do sabiá anunciando a Aurora.

E já o corpo nú que assim repousou

levanta-se do leito em tudo testemunha

que não naquela noite assim vencida,

mas noutras tantas onde os amantes se amaram.