O intestino dos Alpes

Bebe o casco da montanha

O absurdo combustível da morte

Corte

Impossível montanha

Gigante

Aranha

Come a boca aberta da rocha

Com seus dentes à mostra

Come os olhos e as tripas

Olha curiosa o corpo humano em retalhos

E atos falhos

Intratável montanha

Aperta nas mãos duras

As criaturas

Ouve, ó montanha fria

Os gritos de dor, tanta agonia

Cheira a carniça que te resta

Montanha gélida

De fatos em festa

Dorme, ó montanha

Sobre os farrapos da vida

Os sonhos

Dorme sobre as intrigas

Os amores

Sonha, ó montanha,

Sonha que és poderosa

Rainha