Ouroboros

Ninguém interrompe o coito,

Semelhante ao oito... Ela é infinda.

Nem querendo a acoito,

No pacote há biscoito... Ainda.

Querem matá-la,

Uma tala... Em meus pulsos.

Mas ei-la quando a ignoro,

Quando choro... Em soluços...

Quando rio e seco.

Até dentro desse calabouço,

Ouço,

O seu longevo eco.

Querem matá-la,

Uma bala... Em meu coração.

Mas ei-la quando a desprezo,

Quando a represo... Num altissonante: ”Não!”.

Não há quem a controle,

Escapole... Tal dióxido de carbono.

Do silêncio advém,

Afinal, de quem, quem... É o dono?