POEMA MÍNIMO

(Mais um da juventude)

Lembrança do verso súbito

Nascido no guardanapo

No papel de presente

Presença da Poesia na folha de castanhola

No papel de embrulho

No papel do pão,

alimento-poesia brotando dos teus dedos

natural, fluido, consistente.

Beira-rio, poesia líquida,

Cais do porto,

Destino.

Sina de escrever sem se explicar,

sem traduzir.

Só colocar em todo pedaço de papel,

mesmo pequeno,

a imensidão do querer entender

apreender, comer o mundo e sua polpa macia

às vezes acre, às vezes mel.

Nesse momento, apenas, sem dizer teu nome,

dizer que estás aqui, subitamente,

neste poema mínimo nascido sem ajuda,

brotado do papel.

Cliz Monteiro
Enviado por Cliz Monteiro em 25/03/2015
Código do texto: T5183013
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