Morte, após a morte

Morte, morte incerta e traiçoeira

aprendi a viver na noite em teus braços

e até já estou te achando meio maneira,

mas por favor, me livre dos teus amassos.

Contigo não tenho sonhos, só pesadelos

teus braços gélidos me faz arrepiar

por favor, ouça uma vez os meus apelos

porque ainda me sinto incapaz de te amar.

Até amaria, mas do lado de cá

durante o dia com o sol a raiar

não na noite onde quer me afogar

com a claridade, me sinto apto a amar.

Mas você teima, quer contigo me arrastar

esquece que sou muito, muito forte

por isso quero estar só, onde devo estar

para poder dizer oh! morte, que vivo após morte.

Ah! No balanço não, pois teu balanço mata

e eu quero viver te amando bem de longe, à distância

no momento é a solução, de todas a mais sensata

quero ficar bem velho e não morrer na infância.

Oh! morte, chore não, te renego agora

mas como és de tudo, persistente

um dia muito longe, bem velhinho, como outrora

hei de me lembrar do compromisso que há entre a gente.

Vê, já estou quase te vendo como amiga

mas não se anime, não anime muito não,

pois continuarei fazendo contigo intriga

só daqui há uns cem anos, te darei a minha mão.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 25/03/2015
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