Prostração
Retoque a maquiagem escorrida na pele,
Do choro de derrota de alma vencida.
Joelhos feridos do castigo que impele
Ao solo os prostrados de fé esquecida.
Suspenda os urros de angústia, sofridos!
O eco de miséria que assombra o infinito.
Quem desiste de um sonho, jaz intumescido,
Na vala desgraçada de um pobre proscrito.
E assim permaneças em mórbido estado,
Com a alma apagada, obsoleto e jogado,
Na derrota que oprime e faz prisioneiros.
No fundo do poço da malograda coragem,
Tua vida é o preço, a fraqueza a estalagem,
E a vitória uma agulha no vasto palheiro.
IGOR TENÓRIO LEITE
12/02/06