POR TUDO, POR NADA
Por tudo, por nada,
Do reduto à jornada
Do mel ao fel
Cumpre-se o papel
A esplendorosa natureza
Com toda sutileza
Em tempo nos mostra
Que tudo se renova
Que há tempo de seca
Em que a terra racha
Que tanta amargura
Torna a vida dura
Que há tempo de chuva
Em que a terra encharca
Que a alegria inunda
A vida que abunda
Que a lua tem suas fases
Que regem a maré
Que o homem tem suas faces
Que orquestram o que ele é
Que os sentimentos em desalinho
Desencadeiam o torvelinho
Que como as marés
Desestabilizam os pés
Incitam à mudança
Com irresistível força
A fim de que se renove
Noutro se transforme
Todavia assim não permaneça
É mister que cresça
Pois que o homem está
Não é ainda o que se tornará