A dor do dizer

Certo! Devo começar pelo estranhamento e dizer.

Mas o que devo dizer?

Sobre as formas, sobre a vida, a dor ou quem sabe devo parir ideias aleatórias, encantadas, ou de outro modo: devo sangrar a matéria e me regular no meio, ou devo regular-me pelo meio e exercer a fala pelo dever natural do cantar os tons da razão? Não saberia ao certo por onde começar.

Então; O que devemos dizer?

Ora, devemos trazer conflito! Devemos ser o conflito? Devemos ser tomados pelo todo?

E se pretendemos dizer sobre o todo o que queremos?

Reinar a autoridade, ter soberania de voz, tornar um canto universal, ser a evolução de uma raça, o que mais? E sobre este mesmo (o sujeito particular, o eu), o que dizer?

E ainda mas, como dizer?

Devo dizer política, devo relacioná-la com a ética, devo discutir a eternidade?

E nessa idade? O que nos restará à discussão? Devemos falar do princípio? fazer suposições graciosas, formar a gloria com um novo vocabulário? Ou será que devemos nos trancar no armário e fazer dele nosso esconderijo no mundo?

Pingado
Enviado por Pingado em 24/03/2015
Reeditado em 24/03/2015
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