SONHANDO
Faço versos como em sonho,
indiferente onde ponho
os pés que caminham a esmo
na calçada enlameada,
na angústia da incerteza.
Se caminho pelo asfalto
fico sempre em sobressalto
no temor de um atropelo.
No deserto a sede intensa
marca o tom da diferença
entre a água que escasseia,
e a praia em maré cheia,
quando alta madrugada
tiro a roupa, fico nua
e, ali, à luz da lua,
solto livres os meus cabelos.
Sem saber qual meu destino
me detenho por instantes
a olhar os pés feridos.
Mas aguento a dor suporto-a,
e escancaro a minha porta,
pórque o sonho é mais bonito.
Faço versos como em sonho,
indiferente onde ponho
os pés que caminham a esmo
na calçada enlameada,
na angústia da incerteza.
Se caminho pelo asfalto
fico sempre em sobressalto
no temor de um atropelo.
No deserto a sede intensa
marca o tom da diferença
entre a água que escasseia,
e a praia em maré cheia,
quando alta madrugada
tiro a roupa, fico nua
e, ali, à luz da lua,
solto livres os meus cabelos.
Sem saber qual meu destino
me detenho por instantes
a olhar os pés feridos.
Mas aguento a dor suporto-a,
e escancaro a minha porta,
pórque o sonho é mais bonito.