Mandala

Aquelas mãos,

movimento consonante a paciência

constróem a pó o universo

como quem semeia, separa, ajeita, repara

planta a criação, rega com suor.

Ao fim, aquelas mãos não descansam;

contemplam

e lançam numa braçada só,

numa brutal braçada

os pós em mistral

as cores em mistura...

Cansadas, as areias assentam no chão

compõem a arte da desordem

formam a mandala Vida.